Na sua frente, apenas a escuridão e estrelas muito distantes. Você não sente seu corpo, pois ele está muito leve. Seus olhos secos não conseguem acreditar no que está acontecendo e o ar já não existe.
Já imaginou ficar vários dias flutuando no espaço sem sofrer a ação da força da gravidade?
Mesmo que possa parecer divertido, a ausência dessa força invisível que nos prende ao solo provoca várias transformações no organismo humano.A sensação de ter o corpo empurrado de um lado para outro dentro de uma espaçonave - dando a impressão de que a aeronave está se deslocando e os astronautas estão parados - é o primeiro efeito sentido por eles, quando chegam a um ambiente sem gravidade. Mas e por que isso ocorre? Na verdade, quando estamos submetidos à gravidade o tempo todo - como em nosso planeta -, nem percebemos a ação dessa força, pois a sensação de estarmos presos ao solo passa a ser automática. O corpo só sente essa força quando ela aumenta ou diminui.Alguns astronautas relatam que sentem inflar as veias do pescoço poucos minutos após saírem da atmosfera da Terra. Alguns sentidos - como o paladar e o olfato - também ficam alterados: os astronautas só conseguem sentir o sabor das comidas muito temperadas. Outras partes do corpo ainda são afetadas, como os pulmões. Na superfície terrestre, os níveis de oxigênio e de sangue nesse órgão são constantes; já no espaço, esses níveis se alteram.Em viagens mais longas, os astronautas têm ainda que enfrentar problemas psicológicos. Isso porque eles ficam limitados em um espaço limitado, isolados da vida normal da Terra e convivem com um grupo pequeno de companheiros, e normalmente de outras nacionalidades. Essas mudanças podem provocar ansiedade, insônia, depressão, além de criar situações de tensão na equipe. Quando os astronautas retornam à Terra, novas mudanças ocorrem em seus corpos. Embora os efeitos da falta de gravidade sejam completamente reversíveis, o corpo tende a voltar ao normal só uma ou duas semanas depois do retorno. Muitos astronautas ficam desorientados e não conseguem manter o equilíbrio do corpo, além de apresentarem um enfraquecimento dos ossos, que podem se quebrar mais facilmente.
Considera-se que o vácuo seja a total ausência de matéria (visível ou invisível) em determinada região. Isso inclui os gases (como o oxigênio), que são responsáveis pela nossa sobrevivência. Logo, o vácuo não é seguro para quem está sem traje espacial. No primeiro momento, o oxigênio é expelido dos pulmões, fazendo com que a pessoa perca a consciência (por falta de oxigenação no cérebro) em cerca de 15 segundos. Depois disso, não demora mais do que dois minutos até que os órgãos parem de trabalhar e a pessoa venha a óbito.
A NASA diz, em seu site oficial, que em 1965 ocorreu uma experiência acidental com humanos no vácuo. Durante uma simulação, o traje de um astronauta (cujo nome não é divulgado) se rompeu. Ele ficou consciente por 14 segundos e em seguida desmaiou; logo em seguida, foi iniciada a despressurização do simulador e ele sobreviveu. Seguindo o relato, a NASA afirma que, quando recobrou a consciência, o astronauta disse ter ouvido o oxigênio saindo de seu corpo, assim como sentiu muita água em sua língua e a sensação de que ela estava fervendo.
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