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sábado, 4 de outubro de 2014
Cair em si.
Vai cair. Tudo e sempre. Existir é necessariamente estar em constante movimento de queda. Qualquer ascenção é ilusória. Somos dilúvio desde o princípio. Chovemos até hoje nadando em mentiras positivistas. Deus, a bola de cristal, o infinito, o equilíbrio, a inércia, a crença, a posse, a eternidade anestésica e todas as demais fugas com o fim de amortecer o esborrachamento mundial. Expandir nada mais é do que cair pra todos os lados. Há cada centésimo de segundo luz cai uma estrela, um homem ao mar, os peitos de mais uma senhora, o filhote que aprende a andar ou o velho que desaprende, lágrimas de crocodilos e mães, meteoros em apartamentos, lixo espacial, hospitalar e residencial pelas lixeiras dos prédios ou vielas dos morros, a bolsa de valores e de madames do jardim Pernambuco, Dentes de crianças entre 5 e 7 anos de idade, de leite, de marfim, de alho, de ouro, obturados ou não. Caí em mim disso tudo e senti vontade de pular pra agilizar o processo. Acendi um cigarro pra pensar mas a mulher do meteoro foi mais clara e ganhou o posto do vício. Restou-me a porta a balançar barulhenta quando tocada pelos meus pés. Imagina o barulho se toda essa engenhoca caísse agora. Sabe qual seria a vantagem? Nada. Ou a inauguração dele. A reinauguração talvez. Quer ver?... Um, dois, três. BUUUUM!
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