A falsa, mas amplamente difundida, suposição de que um OVNI é necessariamente uma espaçonave alienígena é geralmente a razão do termo criar uma gama exagerada e confusa de respostas emocionais. Historicamente foi a Força Aérea Americana que, na década de 60, inventou a expressão "objeto voador não identificado" para substituir a popular expressão "disco voador". A Força Aérea definiu um "OVNI" como "qualquer objeto no céu que, por desempenho, características aerodinâmicas ou formas incomuns não se conformam a qualquer aeronave ou míssil atualmente conhecido, ou que não pode ser positivamente identificado como um objeto familiar". Por existir tanta bagagem associada ao termo OVNI, alguns cientistas e outros especialistas empregaram uma nova terminologia para separar estudos sérios daqueles mais frívolos. Em vez de OVNI resolveram usar "fenômenos aéreos não identificados" ou "FANI". Richard Haines, antigo cientista sênior da NASA e especialista em segurança da aviação, define FANI como: "O estímulo visual que produz um relato de avistamento de um objeto ou luz vista no céu, a aparência e/ou dinâmica de voo que não sugere um objeto voador lógico, convencional, e que permanece não identificado após íntimo escrutínio de toda evidência disponível, por pessoas que são tecnicamente capazes tanto de fazer um identificação técnica completa, bem como uma identificação baseada no senso comum, se uma for possível.". "FANI" sugere um escopo mais amplo, incorporando talvez uma gama maior de fenômenos, que, por exemplo, podem não parecer ser um objeto voador. Não importando qual a sigla usada, o fenômeno é frequentemente imóvel ou flutuante, não voador e algumas vezes é visto simplesmente mais como luzes incomuns do que um objeto sólido. Um ponto fundamentalmente importante é que cerca de 90 a 95% dos avistamentos de OVNIs podem ser explicados. Exemplos de fenômenos algumas vezes confundidos são balões meteorológicos, sinalizadores, balões, aviões voando em formação, aeronaves militares secretas, pássaros refletindo o Sol, dirigíveis, helicópteros, o planeta Vênus ou Marte, meteoros ou meteoritos, lixo espacial, satélites, parélios, cristais de gelo, luz refletida por nuvens, inversões de temperatura, nuvens de perfuração... Segue-se portanto, que aquela pergunta frequentemente feita: "Você acredita em OVNIs?" realmente não tem base. Não faz sentido poque sabemos que objetos não identificados existem, são oficialmente documentados e definidos.
Volumes de estudos de caso foram publicados por pesquisadores e cientistas qualificados desde os anos 50 do século passado, documentando incidentes com OVNIs por todo o globo.
Nos EUA, os OVNIs tornaram-se um assunto nacional no final dos anos 40, quando houve muitos avistamentos de grande interesse e preocupação pública, que foram amplamente cobertos pela mídia. A Força Aérea Americana assumiu a tarefa de falar desses eventos, complicados pelo início da Guerra Fria, na tentativa de explicar o maior número possível de casos, para desviar atenção pública do mistério. No início dos anos 50, estabeleceu-se o Projeto Livro Azul, uma pequena agência que recebia relatos dos cidadãos, investigava tais relatos e oferecia explicações para a mídia e o púbico. O Livro Azul gradualmente solidificou-se com uma esforço de relações públicas com a intenção de desmascarar os avistamentos de OVNIs. Centenas de arquivos se acumularam, e a Força Aérea encerrou o projeto em 1970, terminando todas as investigações oficiais - ou, assim disseram eles publicamente - sem ter encontrado uma explicação para muitos incidentes chocantes com OVNIs.
O Relatório COMETA, é um extraordinário estudo realizado em 1999, por antigos oficiais de alta patente franceses, documentando a existência de objetos voadores não identificados e explorando seu impacto potencial sobre a segurança nacional. Os distintos autores de COMETA - treze generais aposentados, cientistas e especialistas espaciais trabalhando independentemente do governo da França - passaram três anos analisando encontros de pilotos e militares com OVNIs. Cerca de 5% dos avistamentos não podem ser facilmente atribuídos a fontes terrestres, tais como exercícios militares secretos ou fenômenos naturais. Esses 5% parecem ser de "máquinas voadoras completamente desconhecidas, com desempenhos excepcionais, que são guiadas por uma inteligência natural ou artificial". Segundo os autores a explicação mais lógica para esses avistamentos é a "hipótese extraterrestre". Pela primeira vez em qualquer país, um grupo em esse tamanho e estatura declarou que os OVNIs - sólidos, mas ainda inexplicáveis objetos no céu - constituem um fenômenos real, justificando uma imediata atenção internacional. Foram as credenciais que tornaram o relatório digno de séria consideração, entre todos estavam um general de quatro estrelas, um almirante de três estrelas, um general major e um antigo chefe equivalente francês da NASA. Os autores recomendaram que a França estabelecesse um "acordo de cooperação setorial com países europeus e outros países interessados" no assunto dos OVNIs, e que a União Européia empreendesse uma ação diplomática com os Estados Unidos, "exercendo eficiente pressão para esclarecer este assunto crucial, que precisa constar do âmbito de alianças políticas e estrangeiraas". O relatório intitulado "OVNIs e Defesa: Para o que precisamos nos preparar?", é fundamentalmente um chamado para a ação, um pedido à prontidão, em antecipação de encontros futuros com objetos desconhecidos.
(Restirado do livro "OVNIs - militares, pilotos e o governo abrem o jogo" - Leslie Kean, 2011)
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